Dicas de conduta diária para aumentar o
nível de segurança pessoal
Escrevi esta matéria originalmente há
pouco mais de três anos, mas devido à relevância e atual conjuntura, decidi
reeditá-la para esta edição.
As grandes metrópoles, como São Paulo,
estão cada vez mais violentas. Nota-se que a violência está cada vez mais
presente no cotidiano de um grande número de brasileiros – inclusive para
aqueles que não vivem nos grandes centros urbanos.
Como a moto é um veículo versátil e
rápido, praticamente imbatível no trânsito, acaba sendo muito visada por
ladrões que a querem tanto para veículo de fuga, quanto para cometer outros
delitos, ou ainda, servir como peças de reposição em mercado paralelo.
Não cabe agora aprofundar- se nas raízes
do que acontece, mas lidar da melhor forma possível com uma eventual situação
onde seja abordado por marginais.
O
que fazer
Primeiramente, mantenha a calma. A
polícia recomenda que mantenha um tom de voz tranquilo, evite gestos brutos e
dê ciência ao bandido que não pretende reagir. Ser abordado com uma arma de
fogo não é nada fácil. A única coisa na sua mente deve ser o pensamento que
aquela situação não deve evoluir para uma tragédia.
Fale somente o necessário, evitando
qualquer forma de confronto. Mostre que pretende seguir as ordens que lhe serão
dadas. Uma atitude passiva tende a quebrar o momento inicial, aumentando a
possibilidade de solução pacífica.
Cumpra as ordens sem considerar
alternativas. Você está em profunda desvantagem, frente a uma pessoa que teve
coragem de empunhar uma arma e que provavelmente não teria qualquer receio em
usá-la – ou pior ainda, esteja com vontade de usá-la.
Evite truques como deixar a chave cair
para ganhar tempo. Mesmo que outros vejam o que está acontecendo, dificilmente
encontrará quem lhe preste assistência. Permita que a ação seja rápida, porque
menos tempo terá de enfrentar a situação e, principalmente, menor será o risco
de ser drasticamente atacado.
Uma vez encerrada a ação, procure
imediatamente por ajuda, notificando a polícia o mais brevemente possível.
Quanto antes tomarem ciência do ocorrido, mais cedo poderão tomar as devidas
providências. Procure fornecer o máximo de detalhes que permitam identificar o
sujeito e também dê todos os detalhes da moto para que possa ser facilmente
reconhecida.
Seja
prevenido
Diante de uma arma, pouco ou nada pode
ser feito, mas antes que isso aconteça, suas atitudes podem evitar que se torne
alvo.
Pilote sempre atento. Mantenha-se o
maior tempo possível em movimento – se estiver frente a uma situação que exige
parada, como semáforo, planeje diminuir a velocidade de tal forma que fique o
quanto menos parado no próprio semáforo. Lembre-se que um alvo móvel é mais
difícil de ser abordado que um alvo parado. Restrinja o espaço físico existente
em seu arredor posicionando-se preferencialmente entre os carros, evitando que
alguém possa lhe abordar nessa circunstância. Não vá para as primeiras posições
em frente ao semáforo – elas possibilitam que a moto seja vista, tornando fácil
identificá-la como sendo dessa ou daquela categoria. O espaço ao seu redor
nessa posição possibilita que alguém se aproxime de você fora de seu ângulo de
visão.
Fique de olho em motos com garupa e,
principalmente, cheque os espelhos com regularidade para se certificar de não
estar sendo seguido. Se de alguma forma perceber uma ação suspeita, não tendo
sido abordado ainda, procure por lugares movimentados com poucos espaços vazios.
Isso dificulta a aproximação. Mantenha uma velocidade que permita estar em
controle das ultrapassagens que fará sem se colocar de maneira insegura frente
ao trânsito, o que poderia ainda causar uma colisão.
Planeje com antecedência seu itinerário.
Escolha a rota que permita uma pilotagem segura e rápida, com poucas paradas.
Mas se a escolha lhe colocar em lugares com histórico de abordagens, considere
caminhos alternativos.
Planeje aonde irá parar quando em seu
destino. Opte também por lugares movimentados e preferencialmente
estacionamentos pagos, cobertos pelo seguro.
Ao retornar para sua moto, preste
atenção à movimentação dos arredores antes de montar nela. Se observar alguém
suspeito, passe direto e posicione-se de maneira a não ser identificado como
proprietário da moto visada.
Planeje o que fará quando chegar a sua
moto – coloque rapidamente o capacete antes de montar e empunhando a chave,
insira-a no contato e dê a partida, saindo o mais brevemente possível. Não
perca tempo falando ao telefone ou ajustando o que quer que seja. Planeje à
frente e não terá que perder esse tempo precioso.
Nós motociclistas somos
"bichos" muito sociáveis e gostamos de andar em grupos, o que por si
só já ajuda a inibir uma ação hostil. Sempre que possível, pilote sua moto com
mais amigos e amigas. O grupo é mais difícil de ser gerenciado em um assalto,
tendo os bandidos preferência por alvos desatentos e isolados. Quando em grupo,
mantenha relativa proximidade dos outros membros, para que quem lhes veja tenha
total certeza de se tratar de um grupo, e não apenas uma moto perto de outra.
Imagine a situação do assalto ao
contrário – pense o que faria para assaltar a si mesmo. Identifique aonde
faria, e em que circunstância, observando sua vulnerabilidade. Assim poderá criar
os mecanismos necessários para diminuir essa possibilidade.
Por fim, mas sem esgotar o assunto,
pilote de forma eficiente. Evite se portar como se estivesse procurando algo ou
apreciando a paisagem. Passa a imagem de desatenção que pode implicar em uma
abordagem.
Peças
de procedência duvidosa
É de conhecimento geral, e também das
autoridades, que a maioria das motos furtadas tem como destino o desmanche.
Assim, suas peças podem ser vendidas para maior captação de recursos – além de
dificultar a ação da polícia. NÃO COMPRE peças usadas para sua moto. Desconfie
quando o preço por quanto estão sendo oferecidas seja inferior à média
praticada no mercado. Existe boa probabilidade que a peça provenha de moto que
tenha sido “canibalizada”. Se comprar, mesmo assim, tenha a certeza que amanhã
poderá ser você a vítima de um roubo semelhante. Essa indústria apenas prospera
enquanto houver pessoas que comprem o produto do roubo. Se todos nós tivermos
consciência e optarmos por não alimentar esse setor podre, os ladrões não terão
mais para quem vender as peças, o que resultaria em dramática diminuição de roubos
para essa finalidade.
Enquanto nossa legislação não mudar e
endurecer as penas para quem compra e vende produto de roubo, não poderemos ver
uma luz no fim do túnel. Cabe a todos nós tomarmos as medidas que ainda possam
diminuir, mesmo que singelamente, o risco ao qual nos expomos diariamente. Seja
um motociclista de atitude e dê o SEU “basta” para esse caos.
Espero, sinceramente, que esse pequeno
conjunto de regras lhe sirva para que não tenha que enfrentar essa perigosa e desagradável
situação.
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